Unesp de Araraquara cria película biodegradável que preserva morangos por 5 vezes mais tempo

11/28/2023

10:00:02 AM

Região

Uma equipe de pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da Unesp, em Araraquara (SP), desenvolveu uma película biodegradável que aumenta em até cinco vezes o tempo de conservação de morangos.

Testes mostraram que os morangos revestidos com o bioplástico apresentaram considerável redução na degradação e proliferação de fungos e bactérias, tendo sua vida útil fora da geladeira aumentada de três para 14 dias.

A película desenvolvida a partir de um pó extraído de crustáceos (quitosana), um tipo de gel natural (pectina) e óleo essencial de limão, também é comestível.

É o óleo que confere propriedades antimicrobianas ao biofilme. Além disso, a adição do óleo de limão fortaleceu a estrutura do filme, tornando-o mais resistente e menos suscetível a rupturas. Esse aspecto é crucial para evitar a entrada de microorganismos, água e gases, fatores que aceleram a degradação da fruta.

“Além do óleo de limão ser viável economicamente, já que pode ser extraído pressionando a casca da fruta, ele possui conhecida atividade antioxidante e propriedades antimicrobianas. Decidimos incorporar o óleo essencial de limão ao bioplástico para aliar suas propriedades antifúngicas àquelas de barreira dos polímeros (pectina e quitosana)”, explica a pesquisadora Gabriela Abdalla.

A aplicação é simples: as substâncias são misturadas formando um líquido no qual a fruta é mergulhada, ganhando uma película protetora que seca em até 48 horas.

Uma das preocupações dos pesquisadores foi com a aparência dos frutos, já que tanto quem vende quanto quem compra leva esse fator em consideração, e se esforçaram para garantir que os frutos revestidos permaneçam atraentes aos olhos do consumidor ao mesmo tempo em que são protegidos de forma eficaz.

O estudo foi publicado na revista científica International Journal of Biological Macromolecules.

A Unesp de Araraquara já havia participado de uma pesquisa semelhante, em parceria com a Embrapa, que desenvolveu uma película invisível capaz de dobrar a vida útil do morango. Nesse caso, a solução era feita com óleos essenciais de hortelã e capim, cera de carnaúba, amido de araruta, e nanocristais de celulose.


FONTE: Eptv São Carlos


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