02/21/2024
01:33:15 PM
Por muitos anos, a forma mais severa da dengue foi classificada como "dengue hemorrágica", mas o termo não é mais usado pela comunidade médica. Em 2009, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alterou para "dengue grave", movimento aderido pelo Ministério da Saúde em 2014.
Especialistas ouvidos pelo g1 explicam que a alteração no termo ocorreu porque a hemorragia não é o principal sintoma da forma mais severa da doença. Em muitos casos, ela NÃO se manifesta:
"O termo dengue hemorrágico remete à hemorragia e o que mata na dengue não é a hemorragia, é a desidratação. Temos relatos de várias situações em que os próprios pacientes não identificam seus sintomas de agravamento por conta do nome errado dengue hemorrágica", afirma o epidemiologista André Ribas Freitas, professor da Faculdade São Leopoldo Mandic.
O infectologista Alexandre Naime, coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e professor da Unesp, reforça que o termo "hemorrágica" causou confusões até mesmo nos atendimentos médicos. "A hemorragia é apenas um dos sintomas de gravidade. Quando o paciente não tinha sangramento, muitas vezes erroneamente, a infecção era interpretada como caso leve", afirma Naime.
"Quando a dengue agrava, você tem um consumo maior de plaquetas e isso tende ao sangramento, mas nem sempre isso acontece" - Renato Kfouri, infectologista e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
Alexandre Naime explica que a dengue tem quatro tipos de classificação do ponto de vista clínico:
Naime ressalta que, no passado, os pacientes chegavam em choque, com pressão baixa e sem hemorragia e não eram diagnosticados com dengue grave, porque não tinham sangramento.
"O paciente deve procurar atendimento médico logo nos primeiros dias de sintomas. A dengue é uma doença completamente tratável, com baixo índice de óbito se o paciente procurar atendimento precocemente, quando ainda está no tipo A. Se eu faço uma intervenção adequada, classifico o paciente no grupo correto e manejo adequadamente, eu tenho baixo índice de óbito", pontua o infectologista da Unesp.
MENU
Por Mariana Garcia, João Gabriel Alvarenga, g1
21/02/2024 04h30 Atualizado há 3 horas
Combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti é fundamental — Foto: Lucas Garriga/INaturalist
Por muitos anos, a forma mais severa da dengue foi classificada como "dengue hemorrágica", mas o termo não é mais usado pela comunidade médica. Em 2009, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alterou para "dengue grave", movimento aderido pelo Ministério da Saúde em 2014.
Especialistas ouvidos pelo g1 explicam que a alteração no termo ocorreu porque a hemorragia não é o principal sintoma da forma mais severa da doença. Em muitos casos, ela NÃO se manifesta:
"O termo dengue hemorrágico remete à hemorragia e o que mata na dengue não é a hemorragia, é a desidratação. Temos relatos de várias situações em que os próprios pacientes não identificam seus sintomas de agravamento por conta do nome errado dengue hemorrágica", afirma o epidemiologista André Ribas Freitas, professor da Faculdade São Leopoldo Mandic.
O infectologista Alexandre Naime, coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e professor da Unesp, reforça que o termo "hemorrágica" causou confusões até mesmo nos atendimentos médicos. "A hemorragia é apenas um dos sintomas de gravidade. Quando o paciente não tinha sangramento, muitas vezes erroneamente, a infecção era interpretada como caso leve", afirma Naime.
"Quando a dengue agrava, você tem um consumo maior de plaquetas e isso tende ao sangramento, mas nem sempre isso acontece" - Renato Kfouri, infectologista e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
Alexandre Naime explica que a dengue tem quatro tipos de classificação do ponto de vista clínico:
Naime ressalta que, no passado, os pacientes chegavam em choque, com pressão baixa e sem hemorragia e não eram diagnosticados com dengue grave, porque não tinham sangramento.
"O paciente deve procurar atendimento médico logo nos primeiros dias de sintomas. A dengue é uma doença completamente tratável, com baixo índice de óbito se o paciente procurar atendimento precocemente, quando ainda está no tipo A. Se eu faço uma intervenção adequada, classifico o paciente no grupo correto e manejo adequadamente, eu tenho baixo índice de óbito", pontua o infectologista da Unesp.
Mas é preciso ficar atento se a pessoa tiver febre alta (39ºC a 40ºC), de início repentino, acompanhada por pelo menos outros dois sintomas:
A forma grave é a que preocupa. Após o período febril, o indivíduo deve ficar atento aos sinais de alarme:
❗O Ministério da Saúde alerta que é importante procurar um serviço de saúde para diagnóstico e tratamento adequados ao apresentar possíveis sintomas de dengue.
FONTE: G1.COM.BR
Compartilhe